Anzac War Memorial, no Hyde Park de Sydney |
Seguindo a tendência
de algumas outras metrópoles, Sydney oferece um ‘tour arquitetônico’ da
cidade. São roteiros organizados sob temáticas
distintas e conduzidos por professores de arquitetura. Eu tive a oportunidade de
participar do Tour Modernista -“Modern Sydney”- saindo do Hyde Park e
terminando na Ópera de Sydney. Eu descobri esses percursos pelo site www.sydneyarchitecture.org.
No percurso “Modern Sydney”, nós visitamos 9 obras icônicas
da arquitetura da cidade. Nossa primeira parada foi no ‘Anzac War Memorial’,
localizado bem no centro do Hyde Park - um parque que durante muitos
anos serviu como canteiro de obras para as obras do metrô, entre as décadas de 1920 e
40. O memorial foi projetado pelo arquiteto Bruce Dellit em parceria com o
escultor Rayner Hoff. Concebido em 1916 (ano em que começaram a juntar dinheiro
para a construção) o monumento teve a sua construção finalizada somente em 1929,
com inauguração no início da década de 30.
A obra é um emblemático exemplar do Art Deco, estilo que surgiu na França
após a primeira guerra mundial e influenciou fortemente a arquitetura
Australiana. As características do estilo manifestam-se
pelos desenhos simétricos e as formas puras dos ornamentos.
A escultura intitulada ‘Sacrifice’, de Rayner Hoff, faz alusão à monumentos gregos |
Localizado na Elizabeth Street, em frente ao Hyde Park, o
edifício David Jones, projetado por McKellar & Partridge em 1938, foi um
dos primeiros shoppings da cidade. Inovador para sua época, o edifício foi o
primeiro a empregar esquadrias de alumínio em sua composição.
David Jones. Ao fundo vemos o MLC Center de Harry Seidler. |
O MLC Centre. Arranha céu de 67 pavimentos projetado em 1977
por Harry Seidler, arquiteto precursor do modernismo na Australia, já
apresentado no blog pelo texto: Harry Seidler
Com 228 metros de altura, o prédio modernista de planta
octogonal desfruta de uma ilusão de ótica que o faz parecer ainda mais alto do
que é. A planta de cada pavimento é
levemente menor do que aquela do pavimento imediatamente inferior. O MLC Center permaneceu o prédio mais alto
de Sydney entre 1977 e 1992. Além de
salas comerciais, o prédio inclui em seu programa um teatro e um shopping center em sua base.
Outro exemplar de arquitetura art deco é o City Mutual Life,
projetado por Emil Sodersten. O prédio tira
proveito de sua esquina; além do acesso ser feito pela mesma, todo o prédio se
orienta neste sentido. Com isso, as duas fachadas adjacentes se unem como uma
única fachada frontal.
Desta esquina já é possível avistar o Chifley Square, praça pública encerrada por prédios assinados por Richard Rogers e Norman Foster.
Enquanto o colorido edifício de escritórios de Richard Rogers (inaugurado em 2013) cria um diálogo com a praça, deixando um espaço livre no pavimento de acesso, o seu vizinho é totalmente hermético; O edifício sede do Deutsche Bank Place, projetado por Norman Foster e construído entre 1997 e 2005, transmite uma seriedade, um rigor e ao mesmo tempo uma extrema elegância.
Enquanto o colorido edifício de escritórios de Richard Rogers (inaugurado em 2013) cria um diálogo com a praça, deixando um espaço livre no pavimento de acesso, o seu vizinho é totalmente hermético; O edifício sede do Deutsche Bank Place, projetado por Norman Foster e construído entre 1997 e 2005, transmite uma seriedade, um rigor e ao mesmo tempo uma extrema elegância.
Torre Comercial de Richard Rogers |
Térreo livre com mobiliário propicia ao público um momento de descanso |
Térreo do Deutsche Bank Place, de Norman Foster |
Chegando ao final do tour, visitamos o projeto Macquarie
Apartments, concluído no ano 2000 e projetado pelo Renzo Piano Building
Workshop. Dizem que o arquiteto italiano aceitou esse projeto por conta da proximidade
do empreendimento da Ópera de Sydney. O
programa inclui unidades residenciais e comerciais. No bloco dos apartamentos, foi feita uma
fachada dupla, que cria uma varanda de 3 metros protegida por um painel de gelosia,
uma espécie de jardim de inverno. Isso
permite o avanço da área de estar para a varanda sem acréscimo na área total edificada
do edifício (ATE).
Cobertura de Vidro no térreo articula os usos comercial e residencial |
Sobre a cobertura, vemos o bloco comercial...
...e do outro lado, avistamos o bloco residencial
Fachada com gelosia de vidro, cria um jardim interno para os apartamentos |
O vidro low iron faz com que as pontas fiquem transparentes também. A pele do edifício é toda transparente e cristalina |
Finalizamos o passeio em frente à Ópera de Jorn Utzon. Mas esse é tema para o próximo texto, em
breve aqui no blog.