24 de julho de 2014

MELBOURNE MUSEUM | AUSTRALIA



Enquanto em Melbourne aproveitei para conhecer o Melbourne Museum – o maior museu do hemisfério sul. O museu fica dentro dos ‘Jardins Carlton’(Carlton Gardens), um parque público que fica a aproximadamente 10 minutos a pé do Centro. Quem vem do Centro não vê o museu de imediato; após passar pelos caminhos arborizados dos Jardins, depara-se logo com o Royal Exhibition Building, um pavilhão neo-clássico construído em 1880 para a Expo Internacional. Tanto o pavilhão quanto os jardins adquiriram título de patrimônio mundial da Unesco em 2004 – os primeiros monumentos da Austrália a receberem este reconhecimento.


Royal Exhibition Building


O Melbourne Museum, projeto assinado pelo escritório Denton Corker Marshall Architects e concluído em 2001, não aparece por trás do Royal Exhibition Building devido à sua forma essencialmente horizontal – é preciso contornar o mesmo para avistar o museu.   Os edifícios são adjacentes, porém relativamente afastados um do outro, o que permite a visualização de cada bloco de modo independente.  Nesse gesto de clara separação entre o novo e o antigo há um respeito pelo bem preservado: o novo museu se impõe através de uma nova linguagem mas não ofusca a importância do pavilhão histórico.











O museu possui um imenso pórtico que se projeta sobre a praça de acesso.  Esse pórtico é sustentado 
por uma estrutura metálica que avança para além do edifício, uma malha modular cujos ângulos retos contrastam com a morfologia assimétrica do museu, salientando uma alternância entre o aberto e o fechado. Essa solução permite uma flexibilidade na composição da fachada que pode ser modificada em função das exposições em cartaz.


Grande cobertura,que nos impressiona pela sua escala, cria um acesso protegido do sol.Como em Melbourne o tempo é bastante instável, a cobertura também é uma boa proteção para dias de chuva.

Ao adentrar o objeto, percebemos que o pavimento de acesso é na verdade um pavimento intermediário do museu.  Neste nível encontramos apenas a bilheteria, o guarda volumes, a lojinha e o café. As exposições se desenvolvem pelos demais pavimentos – as temporárias nos pavimentos inferiores e o acervo nos superiores. Ou seja, apesar do baixo gabarito, somos surpreendidos pela sua altura dos espaços internos. Os limites desiguais das plantas dos pavimentos estabelecem um jogo de mezaninos e pés-direitos duplos, que por sua vez aumentam ainda mais a amplitude dos ambientes.






O desenho do objeto revela uma leveza e ousadia nos traços, traços retos que se desviam no meio do caminho.  Essa impressão é reforçada pelas formas quebradas ou levemente torcidas do conjunto, assim como pelos pilares e pelas paredes inclinadas no interior.

Este projeto reflete o quanto a arquitetura contemporânea Australiana é influenciada pelo movimento pós-moderno, sobretudo pelo desconstrutivismo.



Pavimento no subsolo abriga mostras temporárias. O pé direito duplo e os pisos recuados da fachada propiciam a entrada de luz natural.