18 de maio de 2011

LOUVRE | O MUSEU DOS MUSEUS

Descobri por um amigo que o Louvre fica aberto todas as quartas e sextas até às 21h.  Tendo em mente as filas gigantescas que tem se formado durante o dia, saí do trabalho na quarta e me mandei direto pro Museu.  Fui a pé. Um trajeto de cerca de 20 minutos, saindo do meu escritório, em Strasbourg-Saint Denis, no 10ème arrondissement, até a Rue de Rivoli, no 1 ère.  No caminho, mais uma vez, deparo-me com belas surpresas; Empenas cegas de prédios existentes há mais de um século, revelando as diferentes camadas de materiais de construção; pequenos largos e pracinhas, que, de tão pequenos, nem chegam a aparecer no mapa; além de cafés, lojas e restaurantes charmosos.
É difícil visitar um museu tão denso quanto o Louvre em apenas duas horas... ainda mais depois de um dia de trabalho.  Mal conseguia me concentrar naqueles objetos de civilizações antigas.  Optei então por direcionar o meu olhar, nesta visita, apenas aos detalhes arquitetônicos e à sensação espacial. Fiquei comovida.  O projeto de I.M.Pei para o Louvre pareceu resumir pra mim a total compreensão e domínio das diferentes escalas em um mesmo projeto.  O projeto sabe explorar o significado e as implicações de cada uma delas. A começar pela a intervenção externa: a inserção da pirâmide no seio do antigo palácio.  Não pude deixar de achar poética a linguagem formal adotada nesta solução.  Uma forma piramidal, que contrasta com absolutamente todos os elementos construídos à volta; uma estrutura de aço e vidro, altamente tecnológica, mas que ao mesmo tempo faz uma alusão à um ‘métier’, à um ‘savoir faire’ milenar, criando assim uma relação direta exatamente com o tipo de conhecimento e conteúdo que este museu abriga.  Um objeto gigantesco, mas ao mesmo tempo, incrívelmente leve.  Ele respeita as proporções do conjunto, jamais sobrepondo ou ofuscando a importância do palácio, mas ao contrário, refletindo em sua superfície espelhada os seus mais belos traços de suas fachadas.
 Depois sobre os espaços internos, a continuidade visual permeia todo o percurso das exposições.  É muito interessante estudar as pinturas do século XVIII e de repente se deparar por um instante, com uma vista sobre o atrium central, repleto de esculturas da Grécia antiga.  Os ambientes são focados em temas específicos, mas se intercedem em alguns momentos.
Isso sem contar com um refinamento, um preciosismo nos detalhes.  Isso se torna evidente tanto nas entradas de luz difusa nos espaços, quanto no encontro dos materiais no piso, assim como nos detalhes do guarda-corpo. Um pensamento que abrange o todo mas que também se faz presente no micro.
Para um projeto que, na época de sua abertura ao público em 1989, foi bastante polemico, vemos que com o tempo ele foi plenamente assimilado e mais, passou a ser adorado. Hoje em dia, é difícil de imaginar o Louvre se não como ele é atualmente.  Se fossemos tirar aquela pirâmide, com os seus 666 panos de vidros, aquela gigantesca praça, que hoje parece completa, ficaria vazia.  Restaria um sentimento de que algo está faltando neste lugar.
A torre de Montparnasse, concluída em 1972, por outro lado, acho que até hoje gera uma certa revolta entre os Parisienses.








Detalhe do Guarda Corpo

Detalhe do Corrimão

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